A diabetes é uma das principais causas da Doença Renal Crônica (DRC), ao lado da hipertensão arterial. Essas condições estão intimamente ligadas e podem evoluir de forma silenciosa, comprometendo gravemente a saúde dos rins. A DRC é caracterizada pela perda lenta e progressiva da função renal, prejudicando a capacidade dos rins de filtrar resíduos do sangue, controlar a pressão arterial e manter o equilíbrio de fluidos e substâncias no organismo.
No início, a doença renal costuma ser silenciosa. Os sinais de alerta muitas vezes passam despercebidos, mas podem incluir cansaço, fraqueza, inchaço nas pernas e pés, dificuldade para dormir, náuseas, vômitos, perda de apetite e alterações na urina. Reconhecer os sintomas precocemente é fundamental para o diagnóstico e tratamento eficaz da doença.
Como explica a doutora Aida Viana, endocrinologista e plantonista do Instituto Alayde Costa (INAC), muitos pacientes com diabetes chegam já em fases avançadas da doença renal, sem perceberem os sinais de alerta. Por isso, a escuta atenta e a orientação constante são partes essenciais do cuidado.
Quando a função dos rins cai a níveis muito baixos, o tratamento com diálise torna-se necessário para manter o paciente vivo. A diálise é um procedimento médico que substitui a função dos rins para remover resíduos e excessos de líquidos do sangue quando os rins não conseguem mais fazer esse processo adequadamente.
No INAC, referência no tratamento de doenças renais, os pacientes com DRC recebem acompanhamento multidisciplinar que inclui médicos nefrologistas, nutricionistas, psicólogos e equipe de enfermagem. A coordenadora de Nefrologia do INAC, Dra. Fernanda Albuquerque, ressalta a importância dessa atuação conjunta: “Nossa equipe multidisciplinar garante não só o acesso ao tratamento, mas um acompanhamento humanizado, respeitando a singularidade de cada paciente e suas necessidades físicas e emocionais.”
Dra. Fernanda também destaca um diferencial importante da unidade: “Temos uma clínica de hemodiálise dentro de um hospital, uma das poucas no SUS na Bahia com essa estrutura, o que nos permite atender casos mais graves, que outras unidades não conseguem acompanhar.”
Para a Dra. Aida, o cuidado vai além da prescrição médica. “Nosso papel é motivar e buscar, junto ao paciente, estratégias realistas para controlar a glicemia e retardar a progressão da doença.” Ela reforça que, apesar dos desafios, “é extremamente gratificante acompanhar cada pequeno avanço, seja na adesão ao tratamento ou na melhora da qualidade de vida.”
Essa abordagem humanizada e preventiva é essencial para promover maior qualidade de vida e evitar complicações graves associadas à doença renal em pessoas com diabetes. Para a equipe do INAC, o cuidado vai além da técnica.